segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Poesias Lindas

A Morte


O sonho noturno é amiúdo
Como a chuva que leva e traz.
Leva o que não presta
E traz o que me atrai

O arauto declara
Que o sonho jaz
A morte chegou!

Levanto e saio pela rua
Sinto o orvalho bater em minha face
Que sorte!

Ainda sinto o gosto da chuva
Que sorte!
O arauto da morte ainda não me levou!
Sinto o cheiro da putrefação,
Mas ainda tenho sorte!
O odor vem dos que já se foram

Esses não são meus momentos derradeiros,
Entregarei-me nos braços de Morfeu
E meu sono será breve

A morte não ceifará o mel dos lábios meus,
Pois apesar de venerá-la, não me deitarei com ela,
Ela não possuirá meu corpo, meu doce gozo, a minha libido.
O meu sexo está vivo
E ainda que a morte venha me cortejar,
Sei que a ela, jamais vou me dar! 

Crianças


Elas são simplesmente maravilhosas
Doces, lindas!
Crianças. Quão inócuas são!
Oxalá que os adultos as tenham
Pelo menos por um dia
Como inspiração!

Não é à revelia que o manual
Divinamente inspirado por Deus
Nos instrui:
Sejam como crianças quanto à malícia!

Crianças. Que doçuras!
Elas transpiram e exalam
Uma alegria inesgotável e hermética
Sim.

Batem-se, arranham-se, choram e até gritam
Mas carregam constantemente consigo
Um deliberativo e inexplicável perdão
Quase que extinto entre os "grandes"
O que torna infundados
Quaisquer argumentos
De natureza perniciosa
A respeito delas

Amados e amigos leitores
Inspiremo-nos, observemos e aprendamos com elas
Que transformam rios de tristeza
Em autênticos mares de alegria!
Crianças, abençoadas crianças! 

Desabafo

Alguém pode me ouvir?
Podes me ouvir neste instante?
Estou aqui, perto destas conchas espalhadas e repartidas.
Dessas causas perdidas.

Não! Ninguém é capaz de ouvir!
Nada! Nada! Nada!
Nem eu mesma consigo escutar.
O que disse?

O tempo?
Não passa de ondas que repousam no infinito,
Atravessando olhares efêmeros, que não são
Como o vento, mas aparecem ao nada invisíveis.
Que gritam como a partida, que nada arrisca em
Detrimento do medo infortúnio que sangra como
A morte em eterna lamúria.

O amor?
Sintagma que destrói todo o corpo até atingir a alma,
Instância terminal, que não compreende mais a razão e
O que foi amar.

Morada que abriga e faz luzir simplesmente a amargura,
O abismo, envolto de um ceticismo insanado.

A razão?
Cavalos sem rédeas, que por alguns segundos,
Encontram-se sem direção.

Subjetivismo? Outra doença! Eu! Eu! Eu! Eu!
Mal do século! Terrível mal!
Se essas palavras, se essas linhas tivessem o dom de curar
Estaria agora debruçada sobre um travesseiro
A dormir sem pressa de lutar por razão, por sentimentos...
Ou pelo o que quer que seja!




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